Cala a boca, Bárbara
Quando a vi pela primeira vez, no primeiro dia de aulas, usava o monstro das bolachas na t-shirt... Quando disse o seu nome, na chamada de presenças, todos percebemos que ela se chamava Florbela ou um desses nomes rebuscados; deve ter falado com a voz da noite anterior, porque ela de noite tem a voz mais grossa...
E no primeiro jantar de uma turma entusiasmada, disse-me assim: tens os olhos e o cabeuo buéda uocos! Passei a adorá-la e a partir daí achei que andando sempre ao lado dela ia ficar bem acostumada!
Quem me viu e quem me vê! Num instante fizemos a fusão galáctica e já andávamos a planear chatear muito toda a gente e ainda mais o Canhão, e o que é certo é que a aparição desta alminha trouxe algumas novidades na minha vida tão apagada... secalhar também é exagero contar que sem ela nunca teria bebido tampinhas de whisky numa missa, ou também não me teria apresentado ao Patrice de bikini com umas quantas gramas a mais... e quando me convenceu a vir mascarada de lixo do mar para a festa de anos dela, e eu fui a única na festa toda enfeitada?
Percebem porque é que toda a gente lá da escola gosta dela? É que ela solta a franga que há em nós, mas depois consegue ser muito bem sucedida com a opinião dos pais. Truque difícil. A minha mãe, coitada, já acha que devo por os olhos na Bárbara! Não me peças isso, mãe, para o teu benzinho...!
Ela é alucinada, desbaratinada, mas eu quero essa mulher assim mesmo!
Parabéns, flor bela! Mas este ano não sei se deva ir à tua festa de anos...
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