O Meu Outro Eu Esteve A Dançar

quarta-feira, dezembro 19, 2007

GRANDA PINTA!




"NÃO PENSEM QUE O AMOR, PARA SER GENUÍNO, TEM DE SER EXTRAORDINÁRIO. O QUE PRECISAMOS É DE AMAR SEM NOS CANSARMOS"

"A VIRTUDE É MAIS PERSEGUIDA PELOS MAUS DO QUE AMADA PELOS BONS"

BUDDHA
"LEMBRA-TE QUE NÃO CONSEGUIRES O QUE QUERES ÀS VEZES PODE SER UM MARAVILHOSO GOLPE DE SORTE"
DALAI LAMA

terça-feira, dezembro 18, 2007

"SÊ A MUDANÇA QUE QUERES VER NO MUNDO"

MAHATMA GANDHI

domingo, dezembro 16, 2007


"NÃO HÁ NADA COMO VOLTAR A UM LUGAR QUE PERMANECE IGUAL PARA DESCOBRIR ATÉ QUE PONTO NÓS MUDÁMOS"


NELSON MANDELA

quinta-feira, dezembro 13, 2007

É O MONEY É O MONEY É O MONEY ORIGAMI

segunda-feira, dezembro 10, 2007

COLACOLACOLOU PRONTO

domingo, dezembro 09, 2007

CENSURADO

quinta-feira, dezembro 06, 2007


passei de nível!

quarta-feira, dezembro 05, 2007

O DIA VAI CHEGAR ... !


terça-feira, dezembro 04, 2007

LET'S TAKE A TRIP TOGETHER







Peço desculpa aqueles que se fartaram de pedalar e não aparecem aqui em destaque todos suados, mas a culpa é da Sofia que não mandou tudo, tudo o que eu lhe pedi ... !

segunda-feira, dezembro 03, 2007

ASSIM SEJA


RECEITA DE MULHER

As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então
Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível.
É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso
Que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como no âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos então
Nem se fala, que olhe com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente.
Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável.
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteie em cálice, e que seus seios
S
ejam uma expressão greco-romana, mas que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!
Os membros que terminem como hastes, mas que haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem
No entanto, sensível à carícia em sentido contrário. É aconselhável na axila uma docerelva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!).
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos
Discretos. A pele deve ser frescas nas mãos, nos braços, no dorso, e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior
A 37 graus centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras
Do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher de sempre a impressão de que se fechar os olhos
Ao abri-los ela não estará mais presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação imunerável.



Vinícius de Moraes

TOMA LÁ DISTO

tomem lá disto
os que não se prestam nunca ao ridículo


tomem lá disto
os atrofiados, os elegantes discretos, os cala defeitos, os caga virtudes, os nulovirtudes, os privados, os particulares e os exclusivos, os agradáveis, os desagradáveis, os egocêntricos, os fingidos, os que não são e os que se parecem

tomem lá disto
os desafogados, os amplos, os vistas-largas, os amigos, os descomprometidos, os que gostam da verdade verdadinha, os que são eles e suas entranhas

tomem lá disto
os que não querem ver


tomem lá disto
os sérios








pratos ilustrados por Piero Fornasetti