domingo, julho 20, 2008
sábado, julho 19, 2008
FOTOMO
«Pets, companion animals of the people, are usually small, humorous and charming. We find what we could call "Per Architectur", architecture having pet like characteristics, existing in the most unexpected places within the Tokyo city limits. They are areas such as a 1-meter width space among many closely placed buildings, a small and subdivided piece of land, or a long and slender city block sandwiched between the road and the railroad. These unusual places are the byproducts of urban development and have been produced abundantly in Tokyo. This undefined space has come into existence in the marginal realm between the different city systems, or it is immanent in the city system itself! They are small and though they appear, at first glance, to be somewhat cold and distant to the surrounding environment we can say that this type of architecture adopts the attributes of pet culture and have become pets of the city environment. They too are small, humorous and charming in their own way! This book is a GUIDEBOOK of pet architecture scatterd all over Tokyo.»
PET ARCHITECTURE GUIDE BOOK
by Tokyo Institute of Technology Tsukamoto Lab & Atelier Bow-Wow
terça-feira, julho 15, 2008
POEMA DA AUTO-ESTRADA
Voando vai para a praia
Leonor na estrada preta.
Vai na brasa, de lambreta.
Leva calções de pirata,
vermelho de alizarina,
modelando a coxa fina
de impaciente nervura.
Como guache lustroso,
amarelo de indantreno,
blusinha de terileno
desfraldada na cintura.
Fuge, fuge, Leonoreta.
Vai na brasa, de lambreta.
Agarrada ao companheiro
na volúpia da escapada
pincha no banco traseiro
em cada volta da estrada.
Grita de medo fingido,
que o receio não é com ela,
mas por amor e cautela
abraça-o pela cintura.
Vai ditosa, e bem segura.
Como um rasgão na paisagem
corta a lambreta afiada,
engole as bermas da estrada
e a rumorosa folhagem.
Urrando, estremece a terra,
bramir de rinoceronte,
enfia pelo horizonte
como um punhal que se enterra.
Tudo foge à sua volta,
o céu, as nuvens, as casas,
e com os bramidos que solta
lembra um demónio com asas.
Na confusão dos sentidos
já nem percebe, Leonor,
se o que lhe chega aos ouvidos
são ecos de amor perdidos
se os rugidos do motor.
Fuge, fuge, Leonoreta.
Vai na brasa, de lambreta.
António Gedeão,
in Máquina de Fogo (1961)
fotografia roubada à desassossegada
segunda-feira, julho 14, 2008
Vens de sombra e eu vejo,
em vez de ti,
um animal perigoso,
carnívoro,
daqueles que mexem pela calada.
Se não a trazes
quase apareces todo pessoa
em vez de ti,
ainda que imbecil
e sem forma...
Isso não é de cavalheiro,
muito menos de predador.
Tens dois sentidos,
dois entendimentos,
duas intenções.
Mas de comum acordo
reconheçamos:
não há um que valha a pena.